domingo, 27 de julho de 2008

Corda Bamba

Minha vergonha
É enxergar exageradamente minhas virtudes.
É de merda que sujo
A sola do meu sapato após um passo em falso.
É de concreto o muro em que arrebento
O meu nariz após uma distração.
É triste,
Deitar na minha cama quando não tenho sono.
Minha desgraça
Será enxergar exageradamente meus defeitos

José Rosa (ZeRo S/A)

domingo, 20 de julho de 2008

Pesadelos Perfeitos (Fevereiro/1990)

Simulamos com perfeição,
Felicidade.
Quase nos convencemos.
Tática tão simples,
Não encarar a realidade,
Viver a inconstância,
Quando na verdade
Uma paixão que não se consome
Perturba nossas almas,
Leva-nos a desejar
O que é pecado.
Tememos a dor
Ela que tanto nos apraz
Causar ao semelhante.
Aos nossos antigos, presentes e
futuros companheiros.
Que criaturas horrendas somos nós
Conhecemos o caminho certo,
Porém sempre o encaramos como utopia
Uma quimera
Um tema perfeito,
Para nossos pesadelos

José Rosa ( ZeRo S/A)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Portas

O que me importa
Bater na sua porta
E você abri-la para eu entrar
E então, abrir para mim os seus braços
Para nos misturarmos
Caleidoscópio, várias nuances de nós
Abrir para mim a sua boca
Para nossa sede de nós saciarmos
E a mesma língua falarmos
Abrir para mim suas pernas
Para no seu gozo, no meu gozo, no nosso gozo
Completos ficarmos
Abrir para mim o seu coração
Para batermos no mesmo compasso
E assim as nossas almas no mesmo passo
E depois
Para mim nada mais importa
Do lado de fora de sua porta

José Rosa (ZeRo S/A)