segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Pleno

A noite encontra a madrugada
E esta espera o dia,
Mas o tempo parece não passar aqui.
Presumo que não deva,
Porém muito ficar desejo.

Minha boca se cala
Entre suas pernas dialoga.
Nada articulado se fala... Falo.
Calo e entre meus dentes, você
Serpente e eu lagarto.

Boa noite, boa noite, noite boa.
Giram corpos, ficam marcas.
O tempo passa sem que se perceba
Seu olhar de amante pedinte me inunda e
Eu transbordo "in" você.

Boa noite, noite boa foi
O sol entra pela janela
E meus olhos contemplam
Partes de você que os seus raios revelam
Partes de você não cobertas pelo lençol muito desalinhado.
Boa noite, noite boa foi e se foi
Sussurra em meu ouvido: - Bom dia!
Agora estou pleno de mim
Completado por você.

ZeRo S/A

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O Que Eu Penso* (1985)

Na corrida de um cão,
Que desesperadamente tenta alcançar os automóveis,
No nado em vão
Das baleias às praias para o suicídio,
Encontramos nessas ações, motivos idiotas e inexplicáveis
Que vem mostrar que a coroa que possuímos faz sentido.
Tão tolos somos nós, por não percebemos,
Que a natureza só nos dá exemplos,
Contudo na nossa estupidez de soberanos,
Todos os seus conselhos ignoramos.
O leão mata a gazela mansa e tranqüila,
A fim de saciar a sua fome e de sua família;
A viúva-negra devora vorazmente após a copulação,
O seu parceiro lúcido e sensato, para que sua espécie tenha sucessão;
E o pássaro é apanhado na armadilha tão ingenuamente,
Por não possuir inteligência que o oriente.
Porem nós homens matamos nosso semelhante apenas por matar,
Traímos nossos parceiros pelo prazer de trair,
Caímos nas armadilhas da publicidade mesmo podendo pensar,
Jovens matam-se pelo vício, alegando o ato de fugir
De algo que apenas eles podem distorcer
E sonhamos com riquezas quando muitas vezes nosso irmão não tem nada para comer.
E em um momento de reflexão,
Explico meu pensamento em uma frase
Que também demonstra os meus sentimentos nesta situação:
Quanto mais conheço os homens, mais,
Muito mais estimo os animais.

*Este é o primeiro poema que fiz e isto ocorreu em 1985.

José Rosa (ZeRo S/A)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Inteligência Burra

Inteligência
Para que me serve,
Se não sei como usá-la?
Mas não será falta dela
Não saber isto?
Se for,
Então eu não a tenho,
Porém questionar
É uma forma de inteligência.
Então a tenho.
Mas quando as respostas
Não se encontram, o que é então?
Já não sei.
Talvez seja eu
Um burro em ascensão?
Com certeza não.
Sou um inteligente
Sem competência

José Rosa (ZeRo S/A)