segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Outros Dias

Há dias que ela não é ela.
É ela, mas de uma forma diferente.
Meio down, meio sem luz,
Meio fugitiva, meio ermitã,
Menos sensual, meio sem tesão.

Há dias que eu preciso me conter.
Usar (muito) melhor as palavras,
Ser menos macho e mais homem,
Fingir de morto, ser (mais) ouvinte,
Contar até 10 vezes 1000 e
Nem pensar em deixar a toalha sobre a cama.

Há dias que ela não entende as minhas figuras de linguagem.
Não entende minhas metáforas,
Nem a minha ironia, nem meus eufemismos.
Confunde compensações com explicações,
E para cima de mim solta os seus cães.

Porém, há os outros dias
E então... é somente alegria.

José Rosa (ZeRo S/A)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Cor-de-Rosa

A musa deste poema
Tem uma linda boca.
Que pena, não é minha.
Tem uma boca
Que não é vermelha,
Que não é fogo,
Que não é louca,
E que pena, não é minha.
Essa boca é preciosa,
Porque é rosa, cor-de-rosa.
A cor e a forma dessa boca
Não é grito é sussurro ao ouvido,
Que inunda a alma de êxtase.
Que perfuma tudo,
Porque é rosa, cor-de-rosa.
E que pena, não é minha.
A musa deste poema
É menina bela, mas,
Não falarei dela
Do que quero é falar
De sua doce boca
Não grande, não pequena.
E é rosa, cor-de-rosa.
E não é minha, que pena.
Meus olhos me dizem que
Igual a essa, lembrança não temos.
Nunca mais esquecer iremos
Porque ela é rosa,
É cor-de-rosa.
É sutil sedutora
Porque engana, se faz de mansa,
Então devora.
E que pena,
Infelizmente não é minha.
Porém em sonho um dia foi.
Tão real que na minha boca acordada
Sabor diferente tinha.
Era rosa, cor-de-rosa.

José Rosa (ZeRo S/A)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Comunhão

Tua boca não vacila e
Tuas mãos carinhosamente firmes
Me direcionam a ela.
Falo
Gula - pecado capital.
Tua boca me prende - conexão.

Em libidinosa penitência
Ajoelhada em devoção a mim,
Te ofereço minha hóstia e
Recebes agradecida.
Nossa comunhão.