sábado, 4 de dezembro de 2010

O Mar (Novembro 2010)

Vou sair para ver o mar,
Deslizar pelas curvas da estrada.
Um longo caminho a percorrer,
Somente para lhe encontrar.

A brisa marinha me acalenta.
O seu doce perfume me excita.
Lanço oferendas aos deuses dos oceanos,
E oferto-me a você,
Lançando-me sobre o seu corpo,
Sem medo de possíveis danos.

Nossos corpos unidos,
Bailam ao ritmo das ondas.
Tesos, vamos à exaustão.
Nosso suor, água do mar.
Vestígio do nosso amar.

Com seu canto, encanto-me, sereia.
Em suas águas, mergulho.
Mais, cada vez mais, fundo.
Sem intenção nenhuma, à superfície retornar.

Vou sair para agradecer ao mar,
O encontrar você.
Pedir licença para que por um longo tempo,
Sob a luz da Lua, e o calor do Sol,
Por suas praias, ao seu lado, poder caminhar.

José Rosa (ZeRo S/A)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Olhos (Outubro/2010)

Quando ela olhou,
Profundamente dentro dos meus olhos,
Viu os seus refletidos neles.
Vislumbrou o meu, também o seu,
O nosso amor.
Apavorou-se
E se debandou.

José Rosa (ZeRo S/A)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Escola (Outubro/2010)

Quem não cola,
Não sai da escola.
Anacrônico este ditado,
Que deve ser esquecido sem demora.

Em dias atuais,
Da escola saem todos.
Quem cola,
E quem estuda com afinco para aprender.
Saem até os que de cálculos e da escrita,
Não têm nenhum domínio,
E os que pouco sabem ler.

Ouvi um caso,
Que da escola, saiu com louvor,
Não sei se é verdade,
Alguém que no final de ano letivo
Não era mais vivo.
Era já somente um cadáver.

Sair da escola já não é um problema,
O que não pode é abandonar.
Abandono é inadmissível,
Pois o governo prometeu
Que extinguiria a evasão escolar.

Quem não cola,
Não sai da escola.
Que bobagem.
Hoje, dos bancos escolares saem todos.
Estudando, colando, ou
Em sala de aula, somente, respirando.

José Rosa (ZeRo S/A)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tempo (Setembro/2010)

 O tempo passa,
Às vezes, muito mais lento por lá,
Do que aqui, onde tudo acontecendo está.

Do tempo que passa
Já não sei, já não quero saber
Para onde ele está a me levar.

O tempo,
Quando por aqui cheguei,
Já estava,
E quando eu partir,
Continuará a passar.
Não mais para mim.

José Rosa (ZeRo S/A)

domingo, 12 de setembro de 2010

Oferta e Procura (Setembro/2010)

Ignora meus pedidos de casamento.
Faz pouco caso do meu amor eterno.
Rejeita os meus abraços nos dias frios de inverno.
Não quer ouvir como lhe quero.
Nada sobre a imensidão dos meus desejos.
Não quer palavras, nem gestos
Ou qualquer outra coisa tenra de mim.

O que fazer diante de tamanha falta de consideração?
Meus amigos, minha decisão revelo a vocês.
Direi a ela veementemente,
Com a coragem que só os apaixonados têm:
- Meu amor, com imensa emoção lhe declaro,
Se não me quer, sem problemas.
Com absoluta certeza, há quem queira.
Adeus.

José Rosa (ZeRo S/A)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

The End (Agosto/2010)

À espera da Lua
Que não aparece.
Céu nublado.
Celular calado.
Magia que se finda.

José Rosa (ZeRo S/A)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sem Nada (Agosto/2010)

A noite passada
Foi somente mais uma noite.
Sem luar,
Sem arte,
Sem poesia,
Sem você.

José Rosa (ZeRO S/A)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Promessa (Julho/2010)

Chega a madrugada
Ela pede para eu ficar.
Fico.
Sou o que quero ser.
Sou o que ela quer que eu seja.
Promessa:
Esta noite não será esquecida.
Por isto fiquei.

Um novo dia se anuncia
Se ela me pedisse para ficar,
Ficaria.
Porém, não há nenhum pedido.
Não é preciso
Em um delicado abraço estamos unidos.

José Rosa (ZeRo S/A)

domingo, 11 de julho de 2010

O Meio (1986)


100 POEMAS POSTADOS

Uma certeza,
E uma dúvida
Para que nasço,
Se um dia morro?
Tomar um banho, me alimentar
Ganhar dinheiro, namorar
O casamento, a política e a religião
Ser egoísta, ajudar meu irmão
Qual o sentido?
Para que viver?
Qual a resposta?
Para quer saber?

José Rosa (ZeRo S/A)

domingo, 6 de junho de 2010

Maquiavel

Todo mundo quer amor.
Todo mundo quer amor de verdade.
Mesmo que se tenha que mentir
Para consegui-lo.

inspirado na música Todo Mundo Quer Amor - Titãs

José Rosa (ZeRo S/A)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Surpresa


Pela primeira vez,
Nossas pernas entrelaçadas.
Nossos peitos nus
Apertados, um contra o outro,
Por um abraço sem embaraço.
No meu ouvido ela sussurrou:
Você será o homem da minha vida...
Surpreendido respondi:
Oxalá!
Que assim seja!
Amém!

José Rosa (Zhero S/A)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Morte Abjeta (Junho/1991)

O ocaso
Traz a dor.
Sofrer por amor
Em regiões inóspitas.
Situações insólitas
Conduzem a mente
Ao delírio.
Findar a vida,
Cravar no peito
Objeto abjeto.

José Rosa (ZheRo S/A)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Jaqueta de Couro e Cocteau Twins (Junho/1991)

Visão insólita.
Amor duradouro.
Você vestida:
Jaqueta de couro.
Outra hora,
Cocteau Twins na vitrola.
Sem demora, você
Lingerie negra, somente.
Sexo teso.
Ardente.

José Rosa (ZeRo S/A)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Sobrevivência

Devorar-te vou.
Deglutir,
Saborear toda a tua deliciosa almaessência.
Alimentar-me,
Energizar-me,
E assim, garantir minha sobrevivência.

José Rosa (ZeRo S/A)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Inimigos e Amantes (Junho/1991)

Confusão armada.
Concreto armado.
Partida retardada.
Paixões efêmeras,
Porém verdadeiras.
Beijos voluptosos,
Inimigos invejosos,
Pacotes volumosos.
Perdidos na estante,
Livros pedantes.
Amantes farsantes
Crentes convictos em
Paixões Ardentes.

José Rosa (ZeRo S/A)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Coração Selvagem (Março/1991)

O calor intenso,
aquela noite caracterizou.
Achei pertinente despir-me e ganhar as ruas.
Até aquele momento, eu era um absoluto novato.
Nunca agira por conta própria.

Enquanto caminhava,
Mulheres e homens me abordavam,
tentando seduzir-me.
Eram seres violentos, que desejavam minha carne.
Mesmo que fosse em retalhos e desfigurada.

O calor aumentava,
E o meu cérebro caiu no chão quando abri a minha mente.
Já não podia refletir ou pensar.
Eram os instintos os meus guias.

A visão dela que tive naquele momento...
O calor, que era intenso, ficou insuportável.
Meu coração acelerou freneticamente.
Suas proporções aumentaram rapidamente,
Até que ele explodiu.
O calor passara...

José Rosa (ZeRo S/A) 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Coisa Pouca

Vou lhe dizer um coisa
Uma coisa que pode lhe parecer meio boba
Acho até que não me levará a sério.

Tenho a intenção
De ficar bem pertinho de você
Sem pretensão nenhuma de partir.
Ficar assim, assim
Meio casal antes do primeiro beijo
Escolhendo palavras para impressioná-la
Simplesmente vê-la sorrir.

Vou lhe dizer uma outra coisa
Uma coisa que pode lhe parecer meio louca
Se você ficar aqui, bem pertinho de mim
Me jogando, assim, todo seu charme
Fazê-la para sempre feliz
Para mim será coisa pouca.

José Rosa (ZeRo S/A)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Overdose (Maio/1991)

Se não tivesse
da dose exagerado,
poderia beber um pouco mais.
Poderia ter me embriagado.
Ter usufruído
da beleza da embriaguez,
O gosto da falta de controle.
Encenar outra personagem.

José Rosa (ZeRo S/A)