sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Real Fantasia (2009/2011)

Na penumbra da sala-de-estar,
Eu sentado na poltrona
Como um rei em seu trono.

E minha rainha,
Como uma serpente,
Contorcendo-se em meu colo.

Seu corpo nu
pescoço nuca ombros negrasmadeixas
costas cintura glúteos pelemacia
aromas sons cenários formascurvilíneas
Meus sentidos atônitos.

Uma noite real de fantasias. 

José Rosa (ZeRo S/A)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Lua Nova (Novembro/2011)

A lua na noite quente,
A mim presenteou
O que lhe mais ascende:
Seu brilho mágico,
Sua graça que transcende.

Eu grato,
Acolho-a junto ao meu corpo,
Em uma abraço laço,
Aguardando a luz matutina
Que iluminará o meu sorriso fácil.
Efeito da lua na minha alma;
Reflexo da lua na minha vida.

José Rosa (ZeRo S/A)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Desabafo (Homem Objeto) - Setembro/2011

Quando ela está tesa,
Diz repetidas vezes
Que sou especial e que me adora.
Lança-me olhares de quem tem muita fome,
E então me devora.
Quando o cio passa,
Me trata com desdém e frieza.
Seu olhar me ignora.
Quando me aproximo
Em busca de seu afeto e calor,
Pede para que eu me afaste,
E retruca que para essas coisas,
Aquele momento não é hora.

José Rosa (ZeRo S/A)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Poema Inacabado de José Rosa (Maio/Outubro 2011)

Nosso beijo é desencontrado.
Uma boca para cá,
Outra para outro lado.

Nossos lábios não se encaixam,
Se esbarram abruptamente,
Resvalando-se com frenesi contínuo.
Procurando sempre novos caminhos.

Desencontrado é nosso beijo.
Encontrando-se em caminhos improváveis.
E na busca de um inviável encaixe,
Deliciando-se de prazeres incontáveis...
...

José Rosa (ZeRo S/A)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mais Uma (Agosto/2011)

Algo confessar-te-ei.
Tu foste somente mais uma.
Tudo poderia ter sido diferente,
Porém na minha vida,
Tu foste somente mais uma.

Embora eu enxergasse algo especial em ti,
Logradas foram as minhas expectativas.
Tu apresentaste os mesmos vícios das outras,
E assim, por mais que eu ansiasse ter a ti como musa,
Tu foste somente mais uma.

Isto não me agrada dizer-te,
Contudo, a verdade, dizem que liberta.
Tu te assemelhas muito as demais.
Sendo assim, na minha história,
Tu foste somente mais uma.

Esta confissão, inevitavelmente, doi mais em mim do que em ti,
Pois como todas que tiveram moradia em meu peito,
Tu foste somente mais uma,
Que receberas o meu melhor,
E pouco caso do meu amor fizeste.

José Rosa (ZeRo S/A)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Em Reforma (Setembro/2011)

Caras Pretendentes:
Desculpem-me pelo transtorno.
Coração em reforma,
Para em breve,
Melhor atendê-las.

José Rosa (ZeRo S/A)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Involuntário (Setembro/2011)

Se o coração é um músculo involuntário,
Então, tratá-lo-ei bem,
Esperando reciprocidade.
Que ele escolha pulsar,
Somente por quem valha a pena amar.

José Rosa (ZeRo S/A)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sr. Carteiro (Agosto/2011)

Sr. Carteiro,
Explique-me uma coisa, por favor.
Por que razão,
As correspondências que meu coração envia
Para aqueles que ele se enamora,
Após um breve período,
Invariavelmente, começam a retornar
Com o carimbo de destinatário não encontrado?

José Rosa (ZeRo S/A)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Alma Gêmea (1986)


Olho para o céu,
E sonho, como sonho.
Como será? Quando virá?
Sonho com você e
Grito seu nome na rua,
Onde as pessoas passam,
Alienadas a minha busca.
Datilografo seu nome,
Mesmo não tendo certeza de como o escrever.
Espero pelo nosso encontro
Depois do rush,
Mas continuo bebendo sozinho.
Mais uma vez você não veio.
Quando virá? Quando?
Vou lhe encontrar,
Por isso tenho que experimentar,
Mas experiências doem,
E eu jurava sempre que era você,
Porém era mais um adeus.
Nessa noite estou andando só,
E o sereno cai sobre meus ombros.
Meus passos são lentos,
E no fim dessa rua sem nome
Espero lhe encontrar... 

José Rosa (ZeRo S/A)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

História(QueParece)Sem Fim(Feliz) - Julho/2011

E tudo começou assim:
Para esquecer a paixão por aquela,
Apaixonei-me por essa,
Cuja tristeza que deixou no meu coração
Foi tratatada com o bálsamo dos carinhos desta.
Mais uma vez vi-me iludido e sozinho.
Fulana chegou,
E como um forte vento,
Levou todas as más lembranças de amores passados.
Porém, foi tão breve,
E deixou novas chagas em meu peito,
Que foram curadas pelo calor de sicrana,
Mas, como sempre, veio o frio da indiferença,
Só novamente.
Beltrana chegou com um enorme sorriso,
Encantou-me...encanto fugaz.
E assim se segue esta história...infelizmente.

José Rosa (ZeRo S/A)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Bem-Aventurados (Junho/1990)

Eu gostaria de ser fútil.
Felicidade igual a futilidade.
Não saber nada,
Parecer ser tudo,
Palavras vulgares,
Conduta banal.
Tudo muito essencial...
“Bem-aventurados os pobres de espírito (fúteis),
Pois deles é o reino da Terra."
"Bem-aventurados os pacificados (tolos),
Pois deles é o resto do reino da Terra."

José Rosa (ZeRo S/A)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Há Vaga (Junho/2011)

Meu coração,
De tão cansado e desmotivado,
Com o abandono e a rejeição,
De adminstrador de meus sentimentos,
Abdicou do cargo.
Agora, meu cérebro e meu falo
Disputam vorazmente,
O posto vago.

José Rosa (ZeRo S/A)

sábado, 4 de junho de 2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cantada (Abril/2011)

Olá!
Há muito estou a lhe observar.
Tudo em você muito me encanta,
Por isso vim aqui me apresentar.
Sou poeta,
Sou escritor amador.
Minha biografia estou a escrever,
E quero nela lhe dedicar
Um capítulo especial intitulado
Meu Grande Amor.

José Rosa (ZeRo S/A)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O seu olhar (Abril/2011)

Ah, o seu olhar!
Se multuplica,
Então são olhares.
Sedutores,
Libidinosos, tesos,
Cúmplices, compreensivos,
Questionadores, repreensivos.

Ah, o seu olhar!
Em breves instantes,
Me diz tantas coisas.
Quando se demora a me fitar,
Me seduz.

Ah, o seu olhar!
Nada mais desperta tanto a minha atenção.
Nem as vibrantes cores das flores,
Nem o mais belo luar.

Ah, o seu olhar!
O meu mais puro e sincero desejo,
Estar na mira dele,
E para sempre lá ficar.

José Rosa (ZeRo S/A)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Loteria (Março/2011)

Quando lhe conheci
Tive absoluta certeza de que você era meu número.
Meu bilhete premiado.
Contudo, apesar da minha convicção numérica,
Ele já havia sido sorteado.
E outro, e não eu,
Foi o feliz contemplado.

José Rosa (ZeRo S/A)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Querer (Março/2011)

Não quero pegação,
Ficar no meu pé, ciúmes sem fundamento.
Atenção e dedicação eu quero.
Sou um rapaz confiável.

Não quero idolatria,
Dependência emocional, não ter vida sem mim.
Respeito e admiração eu quero.
Sou um rapaz notável.

Não quero uma louca paixão,
Atos extremados, pouca coerência.
Pequenas celebrações e gestos amorosos diários eu quero.
Sou um rapaz amável.

Não quero você
Como um troféu, mais um item da minha lista de bens.
Sendo minha namorada, minha mulher, minha companheira eu quero.
Sou um rapaz que muito lhe quer.
E isto é inquestionável.

José Rosa (ZeRo S/A)

terça-feira, 29 de março de 2011

Revelação (Março/2011)

Seus lábios contra os meus
Não há mais ardor.
Sua boca outrora escancarada, frouxa
Agora resiste a se abrir para mim.
Sua língua sempre tão atrevida
Se faz de tímida.
Preguiçosa, não busca os sabores da minha.
O ar de suas narinas é frio.
O beijo é breve, é pouco, é quase falso.
Então uma certeza me toma.
Este foi o derradeiro,
O beijo revelador.
Não há nenhuma dúvida
A sua boca está a outra beijar.

José Rosa (ZeRo S/A)

terça-feira, 1 de março de 2011

Efemeridade (Março/2011)

Palavras escritas na areia da praia,
Água do mar que as dissolve,
Vento que as dispersa.

Palavras suas de bem-querer e desejos,
Indiferença que as contradiz,
Egoísmo que as pulveriza.

Triste efemeridade.

José Rosa (ZeRo S/A)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Aproxima (2010)


Então é assim, mocinha?
Você aí e eu cá?
Para de fugir.
Aproxima.

Nosso romance tem cheiro azul,
E nada de blues.
Possui ritmo de valsinha alegre,
Refrescante brisa de primavera.
Aproxima.

Vamos comemorar os luares,
Ligar para dizer:
Tô com saudade.
Aproxima.

Ouça os meus olhos
Embriagados de você.
Ouça com atenção
Aproxima.

Isso, mocinha.
Bem pertinho.
Eu e você aqui.
Sempre juntinhos.
Aproxima.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Balancete Anual (Dezembro/2009)


Dois mil e pouco de dívidas no cartão de crédito,
Mais um tanto igual no cheque especial.
Uma paixão não correspondida,
Seis noites sem dormir por conta disso.
Algumas conquistas românticas,
(meu cavalheirismo impede-me dar números).
Outros tantos foras,
(meu orgulho ferido impede-me dar números).
Zero contusão no futebol.
Vinte e seis gols – sendo um golaço:
Dois defensores tirei com um só drible,
A bola no canto direito; contrapé do goleiro.
Zero valorização no trabalho,
Vinte e poucos sapos engolidos,
Duas crises de ansiedade,
Uma consulta ao psiquiatra.
Dois funerais e um casamento.
Um batizado também.
Duas dezenas de poemas novos,
Meia dúzia de mini-contos.
Uma dúzia e meia de livros lidos.
Três bebedeiras,
Três ressacas: uma foi moral.
Um ano a mais do meu Palestra na fila.
Um sarau, zero cinema, zero balé.
Quatro feriados na praia ao sol,
Zero noite de luar.
Centenas de outras coisinhas que é melhor não computar.
Enfim, o ano no vermelho terminando.
Mais 365 dias assim e concordata terei que pedir.

José Rosa