domingo, 29 de novembro de 2009

Sampa (1988)

Sampa,
dos canteiros floridos dos Jardins
e dos depósitos de lixo da periferia,
das modelos invejadas e cobiçadas
e das prostitutas largadas e marginalizadas,
das coberturas com ar condicionado
e das fogueiras embaixo dos viadutos,
dos poetas bunda-moles
e dos arrotadores de versos,
do homem
e da mulher,
dos gordos
e dos famintos,
do assim
e do assado,
do fulano
e do cicrano,
dos que vieram iludidos
e dos que nasceram na ilusão.
Sampa samba, dança.
Seu tempo já passou.
Sampa sambou, dançou.
Nunca mais me engana.
Nunca mais,
nunca.

José Rosa (ZeRo S/A)

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